sábado, 31 de março de 2012

A justiça de Deus e o bem comum! Você está fazendo sua parte



Doutor Benjamim Kamboá, após um dia estressante por conta de ocorrências do mundo político-eleitoral, para abrandar a tensão dos amigos e, a sua própria, reúne todos em sua casa para saborearem fartas rodadas de pães-de-queijo e café. E ao final, será servido javali. Deliciosas costelas e pernís de Javali que estão sendo assados! Claro! Sem faltar, aos que preferem, tira-gostos regados com Johnnie Walker, black label 12 anos, cervejas exageradamente geladas e a famosa pinguinha do alambique do Nestozão. 
A conversa entra no terreno fértil da discussão da fé. Alguns amigos confessam estarem desapontados com Deus, por conta dos acontecimentos maldosos que à cada dia, tomam mais força no mundo. Principalmente na política. 
No calor da discussão, um dos presentes que diz:
 - se Deus realmente existisse, não haveria essa tal de política. Ou pelo menos, não deixaria essa escória chegar ao poder e se manter nele!
Benjamim aproveita esta observação e constrói, como de costume, longo comentário sobre a atuação de Jesus Cristo, que morreu na cruz. Doutor Benjamim defende com entusiasmo e eloqüência, contando:
 - Deus tudo fizera para que suas criaturas fossem responsáveis e amáveis, saudáveis e felizes. Inclusive lhes dera o livre arbítrio. O prazer de raciocinar... O direito de opinar, concordar e discordar de seus semelhantes.  Construir e desenvolver raciocínios que os elevassem. Mas que os elevassem na construção do bem comum. E as únicas duas coisas que Deus esperava de Seus filhos é que fossem amáveis e enfronhados na fé. E lá nos primórdios da vida, por uma questão de vaidade, o poder de dominar e subjugar seus pares, passou a imperar entre os homens. Chegando ao ponto de os mais fortes matar, maltratar e  submeter às piores atrocidades físicas, morais e psíquicas seus semelhantes mais fracos. Tão somente para obterem o poder e nele se manterem. Poder do ter bens materiais ou do ter poder político. Normalmente os dois! São irmãos siameses! – explica entusiasmado o doutor Benjamim, erguendo as duas mãos, na altura do peito, e esfregando os dois dedos indicadores para expressar, com os dedos, a união dos dois poderes. E continua:
- Por força da pura vaidade de se manterem, participarem ou de se apropriarem do poder. E, não com o desejo de promover o bem comum. Os mais fortes se uniam na necessidade de manterem a submissão dos demais seres às suas mais extravagantes vaidades de mando e de riqueza. Os mais fortes aperfeiçoaram-se nesta arte de se manterem no poder sob vários prismas – defende com eloqüência Dr. Benjamim e prossegue em sua fala:
 os menos corajosos e os mais fracos fisicamente desenvolveram a astúcia, o poder do convencimento pelo argumento... Outros desenvolveram a imposição do temor usando, na época, os mais diversos deuses. Tudo em busca do poder ou para continuar a exercê-lo.
 tenho comigo – fala Dr. Benjamim compenetrado - a convicção que Deus tentou por todos os meios, terremotos, maremotos, eclipses, chuvas de meteoritos... voltar para o homem, o temor, o respeito e obediência a Ele. O Pai do Universo. Volta e meia, Deus utiliza Sua força para trazer o homem à realidade do bem! Mas o homem dotado da inteligência que Deus lhe deu, cada vez mais a usava para justificar cientifica e maldosamente as mais diversas ocorrências sobrenaturais. E pior, usavam esta bendita inteligência para semear o mal. Para seu beneficio próprio. Mesmo que tivessem que matar e humilhar seus semelhantes. Então Deus percebeu que o homem não acreditava Nele como força Suprema e não O obedecia e O amava como a um Pai. Daí o dilema celestial. O que fazer para que Sua criação entendesse definitivamente que Ele é a verdade? É o Criador de todas as coisas? Que Ele é o começo, o meio e o fim? Então, o que poderia ser feito, além de tudo já tentado, para que viesse trazer a verdade?! E mais! O que fazer acontecer para que a fé Nele voltasse a ser plena e perdurasse ao longo dos anos, tendo como princípio o amor e o bem comum? Pois tudo que fora feito por Deus para redimir sua criação, fora tentado. Seja pelo amor, seja através do sofrimento mais fecundo. Tudo fora feito. Os homens melhoravam por algum tempo, depois retomavam o caminho da vaidade. E vaidade em excesso é sinônimo de perda da ética que norteia o Homem no sentido do por quê e para quê fazer algo... Vaidade em demasia é perda da moral que orienta o Homem em direção ao respeito de como fazer alguma coisa...a vaidade em demasia distancia o ser humano do respeito à igualdade. O distancia da bondade e do amor.
 – Creio que Deus deva ter gasto precioso e bom tempo, buscando uma solução menos dramática. Menos triste para Si mesmo e para Seus filhos para a degradação em que cada vez mais se aprofundavam. - fala empolgado Dr. Benjamim, enquanto la fora, o foguetório do comício adversário, corta o céu da pacata cidade de Marialba. Indo explodir lá nas alturas. Iluminando o céu como se Deus estivesse aprovando aquela elucubração de Seus feitos, naquele momento, projetada pelo devoto causídico.
E Dr. Benjamim, após as explosões dos fogos de artifício, continua a explicar sua tese, enquanto suas mãos gesticulam, feito mãos de Bethoveen regendo a 5ª sinfonia e, seus olhos brilham feito olhos de criança ao ganhar os presentes de natal! Extraordinário!!
 Enreda, Dr. Benjamim, em sua retórica:
 - poderia Deus enviar seu filho ao mundo, num personagem poderoso e conhecido. Como no lugar do Rei da época, ou no lugar do histórico Júlio César, o grande guerreiro, senador e imperador romano. Ou no lugar de Adolf Hitler. Ou ainda no lugar de Napoleon Buonapart, o admirável imperador e soldado francês, ou quem sabe, Ter usado ainda, o corpo e história do grande filósofo, inventor e pensador Leonardo Da Vinci ou de Galileu Galilei. Assim, Cristo iniciaria Sua história com mais facilidade. Com fama e certamente com maior poder de influência sobre a humanidade. Mas Deus na Sua sabedoria transcendental, sabia que, para perdurar por toda a eternidade, para exercer poder de transformação entre aqueles que se desgarram do bem, deveria mandar ao mundo um anjo no corpo e vida de uma pessoa comum... Uma pessoa nascida de uma família comum e não de uma família renomada e poderosa. É o óbvio! – diz Dr. Benjamim empolgado:
o que poderia nos fascinar mais? – um Jesus Cristo sobressaindo da plebe, do meio das famílias mais humildes?  Ou um Cristo que já nascesse com o poder de mando e de transformação?
- Basta compararmos as belas histórias dos poderosos com a triste história de Jesus Cristo humilde, sendo ouvido pela sua sabedoria. Ao contrário dos que detinham o poder, riquezas e exércitos! E que eram admirados e, atentamente ouvidos e obedecidos, por esses quesitos... Deus age certo. Escreve certo por linhas sinuosas. Este Seu feito justifica este entendimento tão profundo aos que buscam compreendê-Lo.
  E Jesus, na verdade foi a materialização de Deus entre nós. Pois Deus, após confirmar que nós, a sua mais sublime criação, não conseguia percebe-Lo através de suas aparições cotidianas, que era e é através do sol, da lua, do vento...e através de nós mesmos quando embuídos de paz e do bem. Então, Ele se fez homem! Se fez ser humano na pessoa de Jesus Cristo. E vejam os senhores - continua vigorante e empolgado Benjamim a falar – para que passasse a figurar como a primeira e única beleza pura de doação total de amor, Deus preparou o Seu filho e somente o entregou ao mundo quanto este estava preparado para cumprir sua missão. Nascer, viver e falecer dramaticamente para, enfim, por sua fé e pregações, fazer com que os homens acreditem em Deus. Cristo perambulou por Israel amealhando seguidores. Não por ser rico ou poderoso, mas por que trazia consigo amor e, inesgotavelmente, o distribuía. Sem distinções. E Jesus Cristo pregou o amor entre os homens ao invés da vaidade. Principalmente o amor ao Pai. Seu Pai e Criador de  todos nós. E para completar, o ensinamento da necessidade de transformação de Sua criação, Deus sacrificou seu próprio filho querido. Jesus Cristo foi pisoteado, surrado, humilhado e morto na cruz, sempre dizendo estar fazendo este sacrifício para salvar a humanidade. Pois, ao matarem Jesus, que nunca fez mal algum, os homens teriam, portanto, um fato dramático do mal, para analisarem e se arrependerem. Cristo, oferecendo sua vida Para redimir a humanidade de seus pecados. Dos seus impulsos de praticarem o mal.  Certamente que Deus ao ver tanto sofrimento imposto ao Seu único e dileto filho pelos seus próprios irmãos, quis tirá-lo daquela dor. O próprio Jesus Cristo não aceitou. Perdoou seus irmãos que aos poucos, o matavam, dizendo que eles não sabiam o que estavam fazendo. Realmente! Quanto mais os anos se passam, mais os homens vão se apercebendo da maldade que cometeram. E tudo isso faz sentido, para que o homem se contenha no seu poder de decidir. Procurar sempre decidir pelo que é bom e justo. Bom para si e principalmente para os outros. Pois é dando que se recebe...é perdoando que se é perdoado. É fantástica a forma com que Deus nos deixou o exemplo de amor. Lhe foi preciso ensinar-nos através do sofrimento Seu e do seu próprio filho. De maneira tão violenta para trazer-nos a fé Nele e o respeito dentre nós, como irmãos. Mesmo quando estamos com a razão ou já extrapolando o limite da paciência e da argumentação. Sentimos Deus e o amor ali. Presentes em nós. Pedindo-nos sempre mais calma, sabedoria e paciência! – conclui Dr. Benjamim aos amigos que neste momento, sentem a presença viva e pulsante de Deus naquela varanda, no céu, no brilho das estrelas...neste mundão de Deus. Sim! Deus está ali. Presente e Onipotente.
- mas tem uma coisa que ainda continua me intrigando - o semblante do doutor Benjamim se torna fechado. Como se ele deparasse com uma verdadeira e gigante interrogação. E continua: -  Não consigo compreender o verdadeiro significado do termo ‘tudo é mistério da fé’!  que mistério tão forte é esse que sintetiza a fé do ser humano? Eis a questão! –  completa o pensativo doutor Benjamim.
Não era pra menos. doutor Benjamim se mostra simples, humilde, mas sábio! E, de uma fé inderrogável!
 Todos se calam por alguns segundos, que parecem uma longa lacuna no tempo.
E novamente, a conversa volta a fluir com força. Seguindo o raciocínio do eloquente Benjamim, e sua fé! E ele, no seu íntimo, agradece a Cristo por isso. Por ter tido a humildade e força capaz de gerar fé e esperança naqueles poucos amigos que ali estavam. Fazendo com que os homens não percam a fé e muito menos percam a esperança e forças para imporem a justiça e o bem comum.
Que os bons não se deixem calar pelos maus. 
E com risos e alegria, já com todos sentindo seus corações apaziguados, a deliciosa carne assada de javali é servida! 
 
Ensaio - Aprendiz da vida - em 31 de Março de 2012.
Por Reinaldo Bueno


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