sábado, 25 de fevereiro de 2012

Néctar do amor!

  Já fazem alguns meses que Benjamim Kamboá ficara viúvo. Perder sua Ritinha foi um golpe duro para si e para seus amados filhos. Apaixonar-se novamente era algo inimaginável para ele. Mas ficara. E exalava felicidade e alegria, como jamais imaginaria.
 A beleza estonteante da jovem Cybelle, somada ao seu jeito reservado e sério, o enfronhara por completo.
  A noite apenas começara e os dois conversam prazerosamente. Cybelle lhe serve, na boca, pedaços da torta de chocolate. Parecem dois jovens namorados e apaixonados!
Estão felizes! Satisfeitos com a vida... Com aquele momento único! Tudo é motivo de risos. Estão felizes com o que um oferece ao outro, sem nada cobrar.
Entram no carro de Benjamim e saem da cidade de Marialba, rumo a cidade de Fortuna e entram no motel ‘Besos’. Estão absorvidos pela magia da vida e do amor. A suíte está impecavelmente arrumada e limpa. Toda decorada com belos arranjos florais. Quadros, pinturas e vasos com flores artificiais que mais parecem terem sido colhidas naquele momento. De tão reais!
E Novamente os dois sentem o ar da vida! Respiram e saboreiam aquele momento que a vida generosa e gentilmente lhes proporciona.
Fazem amor como dois jovens insaciáveis! Corpos suados e ardentes! Nus, sem conseguirem abandonar os lábios um do outro, vão para dentro da banheira com água quente! Se amam novamente! Tocam-se, envolvidos por aquela deliciosa água quente, como se estivessem os dois descoberto o sexo pela primeira vez!
Já de volta ao leito, a energia insaciável dos seus corpos redobram quando Benjamim admira a nudez de Cybelle, e a toca. Deitada, as grossas e macias coxas, abertas, com os joelhos levemente dobrados e repousados na cama larga e macia. Sua anca é convidativa. Curva perfeita naquela cintura fina. As auréolas dos seios são róseas! Seios lindos! E excitantemente convidativos. Parecem duas saborosas maçãs. Cybelle tem a pele bronzeada, que reflete um dourado belíssimo se destacando naquele corpo maravilhoso! As marcas do biquíni excitam o faminto Benjamim, que admira aquela formosura! Cabelos loiros com pequenas mechas de luzes, espalhados sobre o travesseiro. O perfil do rosto da encantadora Cybelle guarda, em seus traços finos e bem delineados, uma beleza jamais admirada. Nenhum outro homem a contemplara como Benjamim agora o faz! Seus olhos irradiam um brilho intenso e feliz! Benjamim se delicia com aquela doce e maravilhosa imagem! Boca linda! Perfeita! Aqueles lábios rosados, macios e molhados, o convidam para um beijo longo. Saboroso e sedutor!
As mãos de Benjamim se perdem na maciez daquelas curvas. Indo de encontro à guardada gruta dos deuses que flui, excitada, o néctar do amor, que quente, umedece, como calda de mel, os dedos de Benjamim. Que, delicadamente tocam e sentem a quentura daquela gruta que exala um perfume inigualável! Não se contem! E sua boca busca o gosto daquele mel na maciez daquela gruta sagrada. Seus lábios tremem de prazer! Se deliciando com a quentura e sabor daquele mel! Lentamente percorre com milhões de beijos o caminho de volta. Umbigo, ancas, barriga e seios. Até encontrar as faces ruborizadas e os lábios ardentes da sua Cybelle que repousa nele, seus belíssimos olhos verdes! Tomados pelo amor! Os beijos se tornam frenéticos! Os movimentos audaciosos e carregados de paixão!
Fazem amor, se entregando, juntos, ao gozo que os leva aos céus!
Ofegantes, se entregam a um abraço gostoso. É como se toda a energia dos corpos tivesse ido embora. Escapado pelos poros. Pelo suor que escorre intenso. Estão felizes! Cybelle encontra a paz e o amor com a cabeça repousada sobre o peito de Benjamim. Ali ficam. Abraçados! Não pensam em nada. Não conseguem pensar em nada. Somente saboreiam aquele momento mágico para os dois!
 Já amanhece. Os mais afoitos raios de sol lambem o céu. Rajando as nuvens com uma coloração abóbora, de tons avermelhados! 
Benjamim deixa Cybelle em sua casa e segue direto para sua.
Chegando em casa, se deita. Não consegue dormir apesar da exaustão física. As lembranças daquela noite estão na sua cabeça!
Pensa no amor que alimenta por Ritinha. Sua companheira a quem tantas vezes dedicou a bela música de Geraldo Vandré, ‘Companheira Derradeira’. Agora percebia que não era mais Ritinha a derradeira. Não era ela o seu último amor.
Benjamim se encontra perdido. Rola na cama, de um lado a outro. Sozinho. Pára com os olhos fixos no teto. As mãos apoiando a nuca sobre o macio travesseiro, e percebe, tendo o frio daquela manhã como companheira, que nada sabe da vida. Que nem a si mesmo conhece.
Homem seguro que é. Forte e decidido em suas decisões, agora está ali. Parado. Perdido na escolha de qual caminho, caminhar. Quê rumo seguir e qual verdade acreditar? Qual o sentido da vida? Seria mesmo amor o que sente por Cybelle? Ou apenas busca de companhia diante da sua solidão que impiedosa e rapidamente assassina sua vida?
Não! O sentimento por Cybelle é verdadeiro! Disso ele tem certeza! Talvez, sinta vergonha por amar Cybelle, mais que amava falecida Ritinha. A quem milhões de vezes dissera amar de forma lúcida e única. Vergonha por ter mentido tanto tempo para si mesmo e para Ritinha? Não! Ele não mentira. Agora entende isso. Realmente amara sua esposa com toda sua força.
Percebe, nessa reflexão, que o amor não é uma dádiva única dada por Deus. Amar uma mulher não é um presente que um homem ganha apenas uma vez na vida!
Agora sabe que o ser humano é capaz de amar quantas vezes lhe for preciso amar para continuar vivendo. E ele queria viver! E queria amar, como está amando, a dedicada e tão atenciosa Cybelle.
- Sou aprendiz do amor! E da vida! – sussurra Benjamim para si mesmo. Espantado consigo mesmo, diante das suas conquistas, diante do homem seguro e sábio que é. E, de hora para outra, se ver assim! Tão sem rumo! Como um menino que nada sabe da vida! É verdade, portanto, que somos sempre meninos. Estamos sempre em processo de aprendizagem! E Benjamim completa:
é isso mesmo. Aprendiz da vida e dos seus mistérios! É o que somos! Estou aberto à ser o aprendiz da vida!
Aprender é um movimento constante. E agora, mais que nunca, Benjamim vê que é assim. Pensara que apenas estava em processo de aprendizagem, nas questões da política. Mas não! Agora via que é aprendiz de tudo nessa vida. Pois nunca sabemos demais, ou o bastante.
 Por fim, a mente embaralhada por tantas boas lembranças da noite vivida com Cybelle, dá lugar ao sono. Benjamim adormece profunda e repousantemente!
Pois, logo mais, acordaria para a campanha eleitoral e, novamente, para a vida! Uma nova vida que brotara com força em seu coração.

Sente a paz e o amor agasalhar seu coração. E sonha feliz com sua doce, terna, eterna, bela e adorável Cybelle!

25 de Fevereiro de 2012.

Ensaio - Escrito por Reinaldo Bueno

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